Workshop Anprotec apresenta cases nacionais e internacionais de ambientes de inovação e propostas aos presidenciáveis sobre o tema

A Conferência Anprotec 2018 abriu suas atividades no dia 17 de setembro às 9h com a abertura do 28º Workshop Anprotec, que reuniu cerca de 100 participantes e foi coordenado pelo ex-presidente da Anprotec, e atual membro do Conselho Consultivo da Associação, professor Jorge Audy, da PUC-RS.

Após dar as boas-vindas a todos e apresentar a agenda do Workshop, o Prof. Audy destacou o foco principal do Workshop, em função do desafio de gerar um documento com sugestões da Anprotec para o futuro presidente da república. “Convidamos dois palestrantes para apresentar os modelos da Coréia do Sul e de Israel, seguido de um painel com experiências brasileiras de sucesso, da cidade de Recife e do Estado de Santa Catarina. Por fim, realizaremos a dinâmica para identificação das propostas da entidade para o futuro governo nacional, envolvendo todos os participantes do Workshop”

Em sua fala inicial, Audy também destacou “a importância da visão de futuro e da liderança na área de inovação, bem como o papel transformador da sociedade e a importância de nos inspirarmos em modelos de sucesso, seja no país ou no exterior”.

Na sequência, ele chamou o presidente da Anprotec, José Alberto Sampaio Aranha, para recepcionar os participantes.  “Estamos com uma grande expectativa sobre o que podemos fazer para que o país possa evoluir. O momento é bom para isso. Estamos, aqui, com a presença dos conselheiros da Anprotec e do Grupo de Sofia, composto pelos nossos ex-presidentes. Esperamos a contribuição de todos vocês”, disse Aranha.

“O papel dos ambientes de inovação no desenvolvimento regional nacional”, foi o primeiro painel do Workshop, e contou com apresentações de casos da Coreia do Sul e de Israel.

A superintendente executiva da Anprotec, Sheila Pires, iniciou sua fala contando um pouco do contexto histórico da Coreia, destacando que, no pós-guerra, o país estava sem mão-de-obra e recursos, e a recuperação se deu com o trabalho das mulheres e com a grande ênfase em educação.

De acordo com ela, com a crise dos Tigres Asiáticos, em 1997, o país cria mais políticas para combater o desemprego e gerar emprego de qualidade, apoiando empreendimentos inovadores.

Com relação ao modelo de inovação da Coreia, Sheila destacou a forte presença do governo como definidor, financiador e coordenador da implementação da estratégia de P,D&I tanto em termos nacionais, quanto regionais e locais; as universidades e ICTs como atores-chave do processo; os parques tecnológicos como base para a união entre os atores; o papel relevante das grandes corporações; e as startups de base tecnológica.

“Como lições para o Brasil, podemos tirar o planejamento – executável, avaliável e flexível – o forte estímulo em educação, e a cooperação”, disse Sheila.

Jorge Audy concluiu a apresentação da superintendente da Anprotec apontando que inovação é transformação, realizada, inicialmente, pela educação, e pelos demais fatores citados.

Em seguida, o ex-presidente da Anprotec, professor Ary Plonski, da USP, iniciou a sua participação ressaltando que Israel e a Coreia são as nações que mais investem em P&D no mundo, com 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. “Israel tem alta tecnologia, e a Coreia, a partir da tecnologia, produz em escala para todo o mundo”, explicou.

De acordo com ele, Israel possui oito mil startups, sendo que 10% delas são de Agritech. “Em junho, o renda média do país ultrapassou o do Japão (U$ 42K). A taxa de desemprego é de 3,7% e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,903. Mas, é preciso elevar a produtividade e mitigar a desigualdade socioeconômica”, apontou o professor.

O segundo painel do Workshop Anprotec “Políticas públicas para desenvolvimento de ecossistemas de inovação”, contou com uma dinâmica de conversa, mediada pelo Prof. Audy, com a participação de Cláudio Marinho, consultor em cenários e estratégias da Porto Marinho Ltda, e de Jean Vogel, Coordenador Geral do Pacto da Inovação de Santa Catarina e vice-presidente de tecnologia da Companhia de Informática e Automação do Estado de Santa Catarina, que apresentaram suas experiências e falaram sobre a pauta de empreendedorismo inovador para o novo presidente da república.

Ao falar sobre o Porto Digital, Cláudio Marinho destacou a importância da atração de centros de inovação de multinacionais, e do open innovation.

“Temos responsabilidade e devemos continuar brigando por essa pauta”, concluiu Jean sobre as propostas para o novo governo.

Audy concluiu o painel com uma visão otimista, destacando a importância de todos que atuam no movimento do empreendedorismo inovador no país, destacando que “inovação, criatividade e as pessoas são fundamentais para a construção de um futuro melhor para nossa sociedade”.

O terceiro momento do Workshop Anprotec foi conduzido pelo professor Jorge Audy e pela líder do Laboratório de Criatividade do Tecnopuc, CRIALAB, Ana von Frankenberg Berger.

Os participantes foram separados em grupos de oito pessoas. Cada grupo escolheu o seu relator e teve um tempo para apresentar até oito propostas aos presidenciáveis sobre os seguintes temas:

A) Ambientes de inovação como plataforma de desenvolvimento;

B) Estímulo à cultura empreendedora focada na geração de startups de alto desempenho e impacto social.

Em seguida, cada participante identificou as três propostas mais relevantes dentre o conjunto apresentado por todos os grupos, nos dois temas, afixadas na parede da sala.

Com o critério de, no mínimo, três priorizações, os coordenadores da dinâmica agruparam as propostas e identificaram as sugestões comuns entre os dois temas, criando um novo agrupamento em ordem decrescente de citação. A partir desses dados, identificando a frequência de citações e priorizações, a identificação final das propostas foi redigida pela facilitadora do processo, Ana Berger, pelo coordenador do Workshop, Jorge Audy, e pelos painelistas Jean Vogel e Claudio Marinho.

As propostas, de acordo com a frequência de citações, foram priorizadas e agrupadas em três vertentes:

  1. Temas Comuns, apresentando as propostas que foram sugeridas tanto no Tema A, quanto no Tema B, demonstrando o papel central destas contribuições;
  2. Tema A: Ambientes de Inovação como Plataformas de Desenvolvimento, apresentando as propostas desta discussão, com maior frequência;
  3. Tema B, Estímulo à Cultura Empreendedora focada na geração de startups de alto desempenho e impacto social, com maior frequência.

Na sequência, são apresentados os temas, como descritos acima, sendo que, entre parênteses, estão os números de citações ou priorizações associadas a proposta):

 

TEMAS COMUNS (A+B)

  • Educação (138)

– Empreendedora

– Áreas Tecnológicas

– Nível Fundamental e Superior

– Cultura da Cooperação

– Cidadania Global

– Sinergia entre Escola e Mercado

– Medidas para Jovens Empreendedores

  • Desburocratização (81)

– Modelo de Prestação de Contas

– Reforma Tributária

– Atuação de Pesquisadores Concursados da Área Pública

– Legislação Específica para Startups (regime tributário)

– Juros Subsidiados para Startups

– Fundo de Aval para Startups

– Agilidade para obtenção de licenças na área da saúde

  • Definição de Áreas Estratégicas (81)

– Desenvolvimento e Investimentos

– De apoio a Startups

– Nichos de Mercados Estratégicos

– Vocações

– Vantagens Competitivas

– Negócios Globais

  • Sistema Nacional Integrado de Inovação (62)

– Diagnóstico e Mapeamento da inovação brasileira

– Planejamento Estratégico da Área de P,D&I nacional

  • Retenção de talentos (38)

– Inserção de Pesquisadores na Empresas

– Incentivos à spin offs acadêmicos

  • Corpotate Venture (startup + grandes empresas) (24)
  • Incentivo para empresas âncoras (tech company) (22)

 

TEMA A – Ambientes de Inovação como Plataformas de Desenvolvimento

  • Investimentos Públicos nos Ambientes de Inovação (38)

– Fomento e Avaliação de Desempenho

  • Continuidade das Políticas Públicas (22)
  • Política de Fomento à Pesquisa Aplicada das Universidades e ICTs nas Empresas (10)
  • Redes de Inovação a Nível Municipal (9)
  • Assessoria de Inovação a Nível de Presidência da República (7)
  • Modelo de Maturidade nos Ambientes de Inovação (5)
  • Criar Núcleo de Inovação em todas as instituições públicas (5)
  • Incentivo à Inovação Aberta (5)
  • Tomadores de decisão com perfil tecnológico/de inovação (4)

 

TEMA B – Estímulo à Cultura Empreendedora focada na geração de startups de alto desempenho e impacto social

  • Fundo de Investimentos (30)

– Startups

– Ecossistemas locais e regionais

– Capital Semente

– Capital de Risco

  • Sensibilização da sociedade sobre a importância da inovação (29)

– Visão de futuro da sociedade baseada na inovação

  • Política Específica de Apoio para Startups de Alto Desempenho e Impacto Social (29)
  • Incentivar Mães Empreendedoras (9)
  • Uso de poder de compra do governo para startups (5)

A partir destas contribuições será elaborado o documento que a Anprotec entregará ao futuro Presidente da República, respeitando o conjunto das contribuições dos participantes do Workshop Anprotec de 2018.

Jorge Audy, coordenador do Workshop Anprotec

 

 

 

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