Depois de três dias de atividades, a 27ª Conferência Anprotec chegou ao fim com um balanço extremamente positivo. De acordo com o presidente da entidade, Jorge Audy, participaram do evento 865 pessoas de 24 estados da federação e 9 diferentes países (Argentina, Cabo Verde, Colômbia, Costa Rica, Israel, Espanha, EUA, Peru e Suécia). O evento abrigou uma série de atividades, entre eles minicursos, lançamento de e-books, 5 sessões plenárias, além de uma série de estudos apresentados.

Além de Jorge Audy, participaram da cerimônia de finalização do evento, José Carlos Pinto, diretor do Parque Tecnológico da UFRJ, e Krishna de Farias, diretor do Sebrae. Na sessão, foi realizada cerimônia simbólica de passagem da bandeira da Anprotec para os representantes da próxima cidade sede da 28a Conferência da Anprotec, Goiânia.

O carnavalesco Paulo Barros participou ontem (25) da 27ª Conferência Anprotec com a palestra “Desconstruir é o segredo”. Paulo falou sobre a sua trajetória e como a inovação e o questionamento dos padrões estéticos o tornaram o carnavalesco mais famoso da atualidade, com diversos títulos conquistados no carnaval carioca.

A palestra atraiu o público, que teve a oportunidade de conhecer também um pouco mais sobre a história de vida do carnavalesco e do carnaval carioca. Paulo também falou sobre as semelhanças entre as escolas de samba e as empresas: “O carnaval foi se profissionalizando ao longo dos últimos anos e hoje tem processos e metas assim como as empresas. O carnaval está em constante processo de inovação”, disse.

Paulo contou sobre o famoso carro alegórico, “A criação da vida”, que desfilou pela Unidos da Tijuca em 2004 e mudou sua vida profissional. O carro trazia 27 pessoas substituindo as tradicionais alegorias e revolucionou o carnaval carioca. “Muitos acharam que o carro faria a Escola descer para o grupo de acesso, já que não tinha as tradicionais alegorias. Ele fugia do conceito já concebido de como se deve fazer carros alegóricos. Sem pessoas o carro não era nada. Com as pessoas o carro ganhava vida. O carro acabou sendo um sucesso”, contou.

Desde então Paulo sempre buscou inovar nas alegorias e adereços pelas escolas de samba que passou. Em 2015 ele criou um carro a partir de panelas. Em 2006 ele usou 20 fuscas para ilustrar uma canção que era citada no samba-enredo e até hoje ele faz da inovação o motor de seus desfiles. “Dentro do processo do carnaval eu fui vendo que precisar inovar. Eu entendi que eu precisava criar um novo conceito de alegorias e foi o que eu fiz. O desfile é para ser visto e não lido”, disse.

Paulo falou sobre a importância da equipe na construção de um carnaval de sucesso e sobre como a sintonia e o trabalho em conjunto são fundamentais para o sucesso na materialização de uma ideia.O carnavalesco finalizou a palestra ressaltando a capacidade de criação do brasileiro e convidou dois bailarinos para apresentar um número de magica que foi utilizado em um de seus desfiles na Marques de Sapucaí.

Como parte das atividades em comemoração aos 30 anos da Anprotec, a sessão Memórias do Movimento reuniu 12 profissionais (autores e coautores) para a apresentação de trabalhos que retratam o desenvolvimento do empreendedorismo inovador no Brasil. Tratam-se de registros históricos da evolução de parques, incubadoras e ambientes de inovação dos mais diversos estados brasileiros. Dividido em 4 sessões, no Memórias do Movimento foram apresentados os seguintes trabalhos: Unitecne: quase duas décadas de contribuição com o ecossistema de Inovação; Tecnosinos, o Parque Tecnológico de São Leopoldo; Memórias da Fundação – Parque Tecnológico da Paraíba; e Memória Padetec: histórico da incubadora e de seu centro de pesquisas.

O Brasil e a nova geopolítica global foi o tema da primeira sessão plenária do terceiro dia da 27ª Conferência Anprotec. O palestrante Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil em Londres e Washington e fundador do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Irice), falou sobre a nova geopolítica global, quais são seus principais componentes e como o Brasil entra na nova dinâmica do relacionamento internacional.

Rubens Barbosa iniciou a planaria falando sobre o quadro da geopolítica global e a situação do Brasil em áreas como inovação, comercial e política. Para Rubens, o país precisa se ajustar às regras internacionais e se adaptar a mudanças que acontecem no mundo. “Nos últimos 15 anos, o Brasil ficou de fora dos avanços em inovação e na área comercial. Por isso o país não se beneficiou dessas evoluções. O Brasil tem que exercer um papel de liderança e propor uma agenda que seja do interesse do país, em termos políticos e econômicos. Perdemos a competitividade comercial e precisamos mudar isso. O País não pode mais se isolar das negociações”, afirma.

Ele destacou ainda o fato de que o Brasil está muito atrasado em questões como a indústria 4.0, por falta de recursos tecnológicos e econômicos. Segundo ele, é preciso competir e abrir o mercado para aumentar o comércio e os investimentos que beneficiam os empregos e os investimentos em tecnologia no país.

“Estamos entrando numa nova era e temos que desenvolver a nossa capacidade para encontrar novos nichos que podemos desenvolver com competência. Precisamos de regras estáveis para que as deficiências sejam contornadas e superadas.  Sou otimista em relação ao futuro do Brasil e acho que podemos manter o crescimento econômico e avançar na tecnologia, diz.

A sessão foi moderada pelo diretor do Parque Tecnológico da UFRJ, José Carlos Pinto e contou também com a presença de Guilherme Ary Plonski, ex-presidente da Anprotec e coordenador do Núcleo de Política e Gestão Tecnológica da USP.

Como parte da programação da 27ª Conferência Anprotec, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), promoveu nesta terça-feira (24), uma sessão focada no Programa Nacional Conexão Startup Indústria, que teve como objetivo debater o ambiente de negócios entre startups e indústrias no Brasil.  A sessão foi coordenada por Elisa Carlos, gerente de inovação da ABDI.

O público presente, composto na sua maioria por representantes de incubadoras e aceleradoras, foi convidado a debater os resultados do primeiro ciclo do Programa e propor melhorias para o segundo ciclo de execução, que acontecerá em 2018.

A arquitetura do Programa, caracterizada pelas etapas seleção, match making, prova de conceito, rodadas de negócios, piloto e agendas de novas estratégias, foi apresentada no início da palestra. Na sequência, Elisa destacou o perfil das indústrias e das startups do primeiro ciclo e fez uma série de perguntas aos presentes, que receberam um dispositivo digital para voto em tempo real.

As respostas revelaram que 60% dos presentes não participaram do primeiro ciclo do Programa porque não conheciam a iniciativa, e que a grande maioria do público (71%) considera a conexão entre startups, instituições de apoio e indústrias, o principal valor gerado pelo Programa. A partir dos resultados, foi aberto um ciclo de discussão que contou com a participação do público presente.

Uma das contribuições veio de Luís Felipe Maldaner, presidente do Tecnosinos, que sugeriu o uso da rede das instituições apoiadoras para aumentar a visibilidade da iniciativa e o estreitamento do diálogo entre a ABDI e essas instituições. Outra sugestão foi a de garantir que a escolha de uma incubadora ou aceleradora seja condição necessária para o recebimento dos aportes financeiros.

Guilherme Calheiros, diretor de inovação e competitividade do Porto Digital, levantou a possibilidade das startups poderem alterar a instituição apoiadora ao longo do ciclo, mantendo o requisito de serem associadas à Anprotec.

Para mais informações, acesse o site https://startupindustria.com.br/.