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Presidente do Comitê Científico fala sobre o processo de seleção da Chamada de Trabalhos

Foto: Arquivo Pessoal

Foto: Arquivo Pessoal

Em entrevista, o presidente do Comitê Científico das Chamadas de Trabalhos, Josealdo Tonholo, contou como está sendo o processo de seleção dos trabalhos que serão apresentados oralmente durante a 26ª Conferência Anprotec. Ao todo, 21 artigos completos e 12 boas práticas serão escolhidos.

Segundo Tonholo, o momento econômico pelo qual o país está passando estimulou ainda mais a criatividade dos autores, que se superaram ao apresentar soluções inovadoras para que as empresas continuem prosperando.

A Chamada de Trabalhos se propõem a discutir a identidade e as funções dos mecanismos e espaços de inovação, para trocar experiências e apontar caminhos que levem ao fortalecimento do empreendedorismo inovador no Brasil e no mundo. Os artigos selecionados atenderam a esse propósito?

Eu que tenho avaliado os trabalhos nos últimos 13 ou 14 anos, percebo que eles estão muito bem escritos nessa rodada, que os arranjos institucionais apresentados usam de muita criatividade e que apresentam um componente novo, a criatividade. Pois estando em um ano de entre safra econômica e financeira, é natural que as pessoas tentem tirar leite de pedra e façam mais do que poderiam.

Esses autores exercitam o extremo. Possuem capacidade de realização mesmo com pouca infraestrutura, com pouco dinheiro, isso ficou implícito nos trabalhos. Muitos apresentaram saídas inteligentíssimas, arranjos institucionais locais ou regionais, muito interessantes para resolver o problema da promoção do empreendedorismo inovador.

Essa é uma característica do movimento Anprotec, primeiro é a promoção do empreendedorismo e segundo o uso da criatividade, mas esse ano o uso da criatividade superou a paixão.

Como foi o processo de seleção dos trabalhos acadêmicos?

Esse ano o processo foi feito com foco nas questões que são relacionadas a região de realização do evento, Fortaleza (CE). Analisamos a partir do desenvolvimento social acoplado as iniciativas locais, porque o estado do Ceará é bastante rico nesses exemplos. Eu não tenho os números redondos, mas notei que esse ano, em relação aos trabalhos submetidos, houve um salto qualitativo em relação aos últimos anos.

Levamos em conta que estamos em um ano de pouca disponibilidade de dinheiro, por isso, os trabalhos trazem a tona a criatividade para resolver os problemas dos empreendedores nacionais.

E teve uma novidade neste evento, que são os das boas práticas, nós estamos trazendo exemplos tanto no habitat de inovação quanto de empresas. As boas práticas estão representando esse novo momento.

Quais os principais desafios enfrentados pelo Comitê na hora selecionar os artigos?

O grande desafio foi escolher entre os melhores. Esse ano tivemos que usar o limitador tempo, pois eram muitos trabalhos bons e só os melhores são apresentados oralmente durante a Conferência. Como não tínhamos tempo para muitas apresentações, precisamos analisar minuciosamente.

O importante é que, além dos que forem apresentados, os que atingirem nota 8,0 serão publicados nos anais da Conferência.

Por que é importante ter um trabalho publicado nos anais de uma Conferência como a da Anprotec?

A maior parte das pessoas que escreveram os trabalhos são atores do ambiente da inovação, que ajudam nos mecanismos de incubação, aceleração e parques tecnológicos, mas que também possuem veia acadêmica. Grande parte são professores ou alunos de pós-graduação, MBA, de mestrado e doutorado. Transformar o que fazem no dia a dia, é uma oportunidade de aproveitar essa vitrine, que é a Anprotec, para mostrar ao Brasil o que está sendo feito.

De um lado você une a competência técnica dessas pessoas, que estão articulando as empresas no seu habitat de inovação, e do outro são pessoas com formação acadêmica que tem uma produção tecnológica relacionada aquilo que fazem. Elas aproveitam pra fazer esse registro e dar visibilidade em um evento de excelência nacional que é o mais importante do eixo sul na área de empreendedorismo e inovação.

Os artigos devem abordar a temática central do evento. O que o Comitê achou do Tema deste ano?

O tema foi muito bem recebido e o número de trabalhos apresentados expressa que o próprio público gostou. Estamos em um momento em que é preciso inovar.

Quais suas expectativas para a 26ª Conferência Anprotec?

Ainda nessa lógica do uso da criatividade, o Estado do Ceará é um lugar onde a veia do empreendedorismo está exposta. Lá nós encontramos um viés de empreendedorismo muito diferente do convencional. Nessa região trabalha-se muito a economia criativa, a inclusão social, além dos negócios tecnológicos.

Nessa edição, com a tradição que o cearense tem de criar propostas diferentes, como os centros educacionais tecnológicos e as incubadoras de tecnologias sociais, vamos ter a oportunidade de ver um empreendedorismo de caráter de inclusão que faz cidadania. Nós estaremos em um estado em que há 30, 40 anos era extremamente periférico do ponto de vista econômico nacional e que hoje é um estado ativo desse mesmo ponto de vista, isso me faz ter certeza que vamos conhecer exemplos especiais.