Diretor de Inovação e Tecnologia da Embrapa fala sobre megatendências para o agronegócio até 2030
As mudanças tecnológicas são os fatores que mais impactam as atividades econômicas, e, na agricultura, isso não é diferente. Foi assim que o diretor de inovação e tecnologia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Cleber Oliveira Soares, iniciou a sua fala no segundo dia da Conferência Anprotec de Empreendedorismo e Ambientes de Inovação (18/09), em Goiânia – GO.
Com a palestra “Inovação para o Campo: Tecnologia Agregando Valor ao Agronegócio”, Cleber destacou, dentre as multifuncionalidades da agricultura, a humanidade da produção do alimento para a sociedade.
Com uma rede de conhecimento em agronegócio muito forte, devido a atuação da própria Embrapa, das Organizações Estaduais de Pesquisa Agropecuária, das universidades federais e estaduais, e dos Institutos Federais de Educação, Cléber apontou que poucos países do mundo têm uma rede de conhecimento e inteligência tão grande e qualificada quanto a do Brasil.
Visão 2030: O futuro da agricultura brasileira – Megatendências
Ao trabalhar com a conexão dos termos alimento, agricultura e sustentabilidade, o estudo apresenta sete megatendências do agronegócio previstas para os próximos 12 anos.
- Mudanças socioeconômicas e espaciais na agricultura: como concentração da produção, baixa disponibilidade de mão de obra, desafio da pobreza rural e inteligência territorial, por exemplo.
- Intensificação e sustentabilidade dos sistemas de produção agrícola: diversificação e complexidade dos plantios.
- Mudança do clima: com aumento dos eventos extremos, mitigação e adaptação, e sistemas mais resilientes.
- Riscos na agricultura: perda anual = R$ 11 bilhões (1% PIB Ag. BR), gestão integrada de riscos – climáticos, econômicos, sociais, geopolíticos, de infraestrutura e logística.
- Agregação nas cadeias produtivas agrícolas: aumento de percepção de valor, alimentos que com mais nutrição, funcionais, fortificados, com selos e certificações.
- Protagonismo dos consumidores: maior poder de influência do consumidor na produção, aplicações de TICs e redes sociais, sustentabilidade, bem-estar.
- Convergência tecnológica e de conhecimento na agricultura: com inovações disruptivas e integradas, como biotecnologia, nanotecnologia, geotecnologia, mercado digital (produtos e serviços).
Após apresentar as sete megatendências, Cleber apresentou cases de inovação no agronegócio, exemplificando como a transformação digital pode ajudar de forma prática os produtores. Dentre as os exemplos, ele apresentou experiências com dispositivos vestíveis, internet das coisas na pecuária, e o impacto da comunicação.
Para ele, a comunicação se destaca como a 4ª dimensão da sustentabilidade – as outras são “ambiental”, “sociocultural” e “econômica”. “Estamos em um cenário no qual a comunicação não é mais de um para muitos. Mas, sim, de muitos para muitos”, disse o diretor de inovação e tecnologia da Embrapa, apontando dados sobre essa “nova era”.
“A comunicação positiva impacta oito pessoas e a comunicação negativa impacta 3.380 pessoas. Então, precisamos estar atentos a isso e pensar em uma forma eficiente de fazer comunicação para agregar valor no campo. A conquista de mercado depende da velocidade da inovação”, encerrou Cleber, antes de iniciar o debate com os participantes da 28ª Conferência Anprotec de Empreendedorismo e Inovação.
Deixe uma resposta
Gostaria de deixar um comentário?Escreva abaixo!